quarta-feira, 1 de abril de 2020

CRONOGRAMA DE CONTEÚDOS


ARTE
BIOLOGIA
FILOSOFIA
FÍSICA
1. Barroco
1. Níveis de Organização Biológica
1. Bullying
1. Energia

2. Características Gerais dos Seres Vivos
2. Consumismo
2. Eletrização

3. Método Científico
3. Surgimento da Filosofia
3. Cinemática: Velocidade Média

4. Bioquímica
4. Conceito de Liberdade
4. Ondulatória

5. Água e Sais Minerais
5. Mito
5. Óptica: Espelhos e Lentes

6. Carboidratos
6. Valores
6. Dinâmica: Trabalho e Potência

7. Lipídios
7. Tipos de Amor
7. Eletricidade e Magnetismo

8. Proteínas
8. Adolescência
8. Leis de Newton

9. Enzimas
9. Política


10. Vitaminas



11. Ácidos Nucleicos



12. As Células



13. Organelas Citoplasmáticas



14. Histologia



15. Sistema Digestório



16. Sistema Respiratório



17. Composição do Sangue



18. Reino Animalia
19. Reino Plantae



GEOGRAFIA GERAL
GEOGRAFIA DO BRASIL
HISTÓRIA GERAL
HISTÓRIA DO BRASIL
1. Eras Geológicas
1. Atmosfera
1. Pré-História
1. Chegada dos Portugueses
2. Regionalização
2. Hidrosfera
2. Idade Média
2. Ciclo do Açúcar
3. África
3. Urbanização
3. Império Bizantino e Mundo Árabe
3. Expansão da América Portuguesa
4. Ásia
4. Região Norte
4. As Cruzadas
4. Mineração
5. Japão e Tigres Asiáticos
5. Região Sul
5. Sociedades da África e Povos Mesoamericanos
5. Vinda da Família Real e Período Joanino
6. China e Índia
6. Região Nordeste
6. Absolutismo e Mercantilismo
6. Primeiro Reinado
7. América Latina
7. Região Sudeste
7. Renascimento
7. Período Regencial
8. Guerra Fria
8. Região Centro-Oeste
8. Reformas Religiosas
8. Segundo Reinado
9. Globalização
9. Regiões Geoeconômicas
9. Revolução Inglesa
9. República Velha
10. Nova Ordem Mundial

10. Revolução Industrial
10. Era Vargas
11. Blocos Econômicos

11. Iluminismo
11. Governo Eurico Gaspar Dutra
12. Oriente Médio

12. Revolução Francesa
12. Segundo Governo Vargas


13. Período Napoleônico



14. Imperialismo



15. Revolução Russa



16. Primeira Guerra Mundial



17. Crise de 1929



18. Período Entre Guerras



19. Segunda Guerra Mundial



20. Mesopotâmia
21. Grécia
22. Egito


LITERATURA
PORTUGUÊS
QUÍMICA
SOCIOLOGIA
1. Trovadorismo
1. Vozes Verbais
1. A Matéria e seus Estados Físicos
1. O Nascimento da Sociologia
2. Quinhentismo
2. Tipos de Predicado
2. Transformação da Matéria
2. Cidadania
3. Classicismo
3. Orações Coordenadas
3. Substâncias e Misturas
3. Internet
4. Barroco
4. Orações Subordinadas
4. Modelos Atômicos
4. Instituições Sociais
5. Arcadismo
5. Termos da Oração
5. Tabela Periódica

6. Romantismo
6. Classificação do Sujeito


7. Realismo



8. Naturalismo







































NATURALISMO


(UNIFESP) A questão a seguir baseia-se no seguinte fragmento do romance O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo (1857-1913).

O cortiço
       Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.
        Os sinos da vizinhança começavam a badalar:
        E tudo era um clamor.
      A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca.
       Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas.
(Aluísio Azevedo. O cortiço)

01. O caráter naturalista dessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira figurada, um retrato de nosso país, no final do século XIX. Põe em evidência a competição dos mais fortes, entre si, e estes, esmagando as camadas de baixo, compostas de brancos, pobres, mestiços e escravos africanos. No ambiente de degradação de um cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e humanas.

No fragmento, há várias outras características do Naturalismo. Aponte a alternativa em que as duas características apresentadas são corretas:
a) Exploração de comportamento animal e dos instintos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais contemporâneos ao escritor.
b) Visão subjetiva dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano e o meio ambiente.
c) Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos; crítica aos valores burgueses e predileção pelos mais pobres.
d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador e se confunde com a ideia de Deus; utilização de preciosismos vocabulares, para enfatizar o distanciamento entre a enunciação e os fatos enunciados.
e) Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte; predominância de elementos anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente degradante das personagens.

02. (UFV-MG) Leia o texto a seguir, retirado de O cortiço, e faça o que se pede:

       Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas.
Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo.
       [...]
       O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra.
AZEVEDO. Aluísio. O cortiço. 15. ed. São Paulo: Ática, 1984, p. 28-29.

Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma possível leitura do fragmento citado:
a) No texto, o narrador enfatiza a força do coletivo. Todo o cortiço é apresentado como um personagem que, aos poucos, acorda como uma colmeia humana.
b) O texto apresenta um dinamismo descritivo, ao enfatizar os elementos visuais, olfativos e auditivos.
c) O discurso naturalista de Aluísio Azevedo enfatiza nos personagens de "O cortiço" o aspecto animalesco, "rasteiro" do ser humano, mas também a sua vitalidade e energia naturais, oriundas do prazer de existir.
d) Através da descrição do despertar do cortiço, o narrador apresenta os elementos introspectivos dos personagens, procurando criar correspondências entre o mundo físico e o metafísico.
e) Observa-se, no discurso de Aluísio Azevedo, pela constante utilização de metáforas e sinestesias, uma preocupação em apresentar elementos descritivos que comprovem a sua tese determinista.

03. Para responder à questão, analisar as afirmativas que seguem, sobre a obra O cortiço, de Aluísio Azevedo:

I. Romance no qual as pessoas existem em função de um espaço que simboliza forças econômicas em luta.
II. Os dramas individuais de Jerônimo, Firmo, Leónie, Pombinha, Bertoleza, Estela são corriqueiros, simples incidentes num contexto maior, denunciado pela voracidade. Nesse contexto, a visão de conjunto é mais importante que a visão singular.
III. O que une os habitantes daquele espaço sob o domínio de João Romão é a pobreza, a feiura, o sentido de derrota antecipada.
IV. O livro termina na auto-imolação de Bertoleza ao descobrir que fora enganada: sua carta de alforria era uma mentira e seu amante, não tendo coragem de matá-la, restituía-a ao cativeiro.
V. A luta entre os "cabeças-de-gato" e os "carapicus" é interrompida por causa de um incêndio provocado.

Pela análise das afirmativas, conclui-se que está correto o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, II, III, IV e V.

04. (ITA-SP) Assinale a alternativa em que se completa erradamente a seguinte proposição: Do romance O cortiço, pode-se dizer que:
a) é um romance urbano.
b) o autor admite a influência do meio no comportamento do indivíduo.
c) alcança a época da escravidão.
d) Romão é tudo, menos um ingrato.
e) o protagonista não se contenta com a ascensão econômica, quer a social também.

05. Considere as afirmações sobre o Naturalismo no Brasil:

I. Raça, clima, época, temperamento, bem como educação são fatores determinantes na conduta do homem na perspectiva naturalista.
II. O romance naturalista privilegia o homem metafísico em detrimento do homem natural, cujas ações e intenções são baseadas no instinto.
III. Tem como características, entre outras, o determinismo biológico, a tematização do patológico e a aplicação do método experimental.

É certo concluir que:
a) apenas I está correta.
b) apenas II está correta.
c) apenas III está correta.
d) I e III estão corretas.
e) I, II e III estão corretas.


GABARITO

01. A

02. D

03. E

04. D

05. D

REALISMO


01. Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas)
Machado de Assis escreveu uma vasta e variada obra, sobre a qual podemos afirmar:
I. É permeada pelo pessimismo do autor - evidente na declaração que abre a questão - aliado a uma fina ironia e aguçado senso crítico.
II. Inclui contos, poemas e romances, e supera estilos e modas, sendo uma literatura com características próprias e únicas.
III. Como ficcionista, inicia-se no Romantismo e evolui para o Realismo, porém ultrapassa as limitações de escolas literárias e tem em Memórias póstumas de Brás Cubas seu livro-marco, a partir do qual se inicia a fase mais profunda e madura do autor.
IV. Seus personagens não são seres extraordinários, nem procedem de maneira heroica. O autor não se interessa pela descrição do exterior, mas penetra nas consciências dos personagens, revelando a verdade de cada um deles.

Está(ão) correta(s):
a) I.
b) I e III.
c) II, III e IV.
d) III.
e) I, II, III e IV.

02. Leia as informações abaixo e assinale a alternativa que traduz a situação histórica do Realismo:

a) O sentimentalismo e o confessionismo comparecem na poesia como na prosa, ratificando a força que assume a individualidade, o culto do eu e mesmo o narcisismo. Os sentimentos são intensificados, as emoções são hiperbólicas, razão e o equilíbrio se ausentam a fim de possibilitarem a fluência da intimidade. Por isso mesmo o amor, o gosto pela solidão, o exagero, a morte e a dúvida existencial constituem lugar comum no registro poético.

b) Valorização do imediato e do cotidiano, que se concretiza mediante textos, tanto poéticos, ficcionais, aderentes à realidade atual e vivida, independentemente de qualquer status preconcebido literariamente. Tudo passa a ser, em princípio, matéria de arte, fato que é atestado inclusive pela importância que se atribui à crônica e ao conto. Neste sentido, parece ter sido enorme o influxo das técnicas jornalísticas na área de criação estética.

c) Em resumo, a ideologia pode ser sintetizada da seguinte forma: no plano social e econômico - o progresso técnico, as facilidades de transporte, o domínio da burguesia, o crescimento das cidades, as reivindicações operárias, o liberalismo e o socialismo em formação e o desenvolvimento; na moral - o livre pensamento, o ateísmo e o fatalismo; nas ciências - o experimentalismo, o fisiologismo, o positivismo e o materialismo.

d) Seus pressupostos são de natureza relativista e individualista. O ponto de que parte, quanto à observação da realidade, é que esta não se submete a uma visão racional e, em consequência, a beleza não pode resultar de uma perspectiva intelectualizada do real. Além disso, defende um conceito de poesia alienado da realidade onde não são acatados valores que não sejam exclusivamente poéticos, ou seja, valores sociais, políticos, morais, etc.

e) A ficção se afirma, paralelamente à poesia, e novos gêneros passam a impor-se no gosto do público. É o caso do romance, cuja importância é, desde então, crescente. Cria-se o romance histórico, em que, com elementos trazidos da pesquisa do passado, se restauram ambientes perdidos passados no tempo, personagens e situações que, mantendo relativo vínculo com a realidade passada, ilustram sentimentos atuais.

03. Leia com atenção, o seguinte fragmento extraído das Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis para responder a questão.

       "(...) eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; (...)
       Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia - peneirava - uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova:
       '- Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul com um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói a natureza as mais íntimas estranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.'
       Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei. E foi assim que cheguei à cláusula dos meus dias; foi assim que me encaminhei para o undiscovered country (país não-descoberto) de Hamlet, sem as ânsias nem as dúvidas do moço príncipe, mas pausado e trôpego como quem se retira tarde do espetáculo. Tarde e aborrecido."

Considere as seguintes afirmações sobre o uso da linguagem nesse fragmento do texto de Machado de Assis.
I. O texto exemplifica a linguagem padrão tanto no nível mais formal, o do discurso fúnebre, quanto no mais distenso, afetivo mesmo, a descrição da chuva na hora do sepultamento.
II. Na primeira frase do fragmento, há um jogo verbal em que a mudança da ordem sintática estabelece mudança de significado relevante para as intenções do narrador.
III. Nessa parte do romance, Machado de Assis valeu-se apenas do discurso direto na construção com o foco narrativo de primeira pessoa.

São corretas as afirmações:
a) I, II e III.
b) I e II, somente.
c) I e III, somente.
d) II e III, somente.
e) nenhuma.


GABARITO

01. E

02. C

03. B