terça-feira, 4 de abril de 2017

PERÍODO JOANINO


1. (UECE) Leia o fragmento abaixo atentamente:

Em seguida, veio a mãe de D. João, em seus 73 anos, a rainha Maria I. Dizem que quando a carruagem corria para as docas, ela teria gritado: "Não vá tão depressa, pensarão que estamos fugindo". Ao chegar ao porto, ela teria se recusado a descer...
WILCKEN, Patrick. Império à Deriva: a Corte Portuguesa no Rio de Janeiro (1808-1821). Rio de Janeiro: Objetiva, 2010, p. 44-46.
O episódio narrado acima está relacionado com a:
a) Fuga da Família Real Portuguesa para a colônia brasileira.
b) Saída da Família Real Portuguesa do Rio de Janeiro.
c) Chegada da Família Real Portuguesa a Salvador, primeiro porto após a fuga de Portugal.
d) Fuga da Família Real Portuguesa do Recife, antes do desembarque no Rio de Janeiro.
e) Fuga da Família Real Portuguesa da Bahia para Portugal.

2. (UFMS) A década de 1990 foi considerada muito profícua para o cinema brasileiro. Alguns dos filmes nela produzidos alcançaram grande sucesso em razão da qualidade estética, do enredo e da opção por temas de fácil compreensão pelo grande público. Em 1995, o longa-metragem Carlota Joaquina: princesa do Brasil, dirigido por Carla Camurati e estrelado por reconhecidos atores brasileiros como Marco Nanini, Marieta Severo e Ney Latorraca, entre outros, foi considerado uma "comédia histórica" de bom nível, embora tenha provocado muitos debates sobre a opção narrativa adotada.

O filme ora referido tem como pano de fundo o seguinte episódio da história brasileira:
a) a chegada da esquadra portuguesa à costa brasileira, em 1500.
b) a chegada da Família Real portuguesa e da Corte ao Brasil, em 1808, além de aspectos do cotidiano da realeza.
c) a presença do Imperador Pedro I na Bahia e suas dificuldades na implantação do Império.
d) a partida de D. João IV, em direção a Portugal, em obediência a determinações das Cortes portuguesas.
e) a invasão dos territórios brasileiros, durante as guerras napoleônicas, pelo general Junot.

3. (UNIFOR/CE) A vinda da Corte para o Brasil marca a primeira ruptura definitiva do Antigo Sistema Colonial.
NOVAIS, Fernando Antônio. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1981. p. 298.

A ruptura a que o autor se refere estava intimamente relacionada, dentre outros fatores, à decisão da Coroa portuguesa de:
a) conceder liberdade para o estabelecimento de fábricas nas cidades brasileiras.
b) interromper o comércio de escravos praticado entre a colônia e a Inglaterra.
c) proibir o comércio de manufaturas feito entre a colônia e a burguesia inglesa.
d) romper os laços comerciais com a Inglaterra por exigência dos franceses.
e) abrir os portos brasileiros ao livre-comércio com as "nações amigas".

4. (MACKENZIE/SP) De tudo trouxeram os ingleses desde as primeiras viagens: fazendas de algodão, lã e seda; peças de vestuário, alimentos, artigos de armarinho, móveis, vidros, cristais, louças, porcelanas, panelas de ferro, cutelaria, quinquilharias, carruagens etc. O mercado brasileiro abria-se no momento em que a maioria dos outros mercados tradicionais estavam fechados para a Grã-Bretanha, de modo que os comerciantes ingleses logo exportaram quantidades enormes de mercadoria, acima da capacidade de absorção do mercado brasileiro. O desejo de solucionar esse problema (...) é responsável pelo aspecto que tomaram as exportações para o Brasil em 1808-1809.
PANTALEÃO, Olga. A Presença Inglesa.
As referências presentes no trecho acima permitem relacioná-lo com a seguinte situação histórica:
a) o comércio que piratas ingleses realizavam com os índios, ao longo do litoral brasileiro, nas décadas que se seguiram à descoberta do Brasil.
b) a necessidade crescente de abastecimento da população das cidades mineiras, ao longo do período de auge da economia mineradora.
c) a ampliação das relações comerciais entre Inglaterra e Brasil, resultado imediato da assinatura do Alvará de Abertura dos Portos pelo regente D. João.
d) a carência brasileira de produtos industrializados, em decorrência da estagnação da produção nacional durante os anos da guerra contra o Paraguai.
e) o estreitamento das relações entre Inglaterra e Brasil, depois de este romper com a Coroa portuguesa, em virtude do impasse político criado pela Revolução do Porto.

5. (PITÁGORAS) "D. João sabia que ele e Portugal estavam numa enorme encrenca. Ou cedia a Napoleão e aderia ao Bloqueio Continental, ou aceitava a oferta dos aliados ingleses, que garantiam proteger o rei na viagem para o Brasil, levando junto a família real, a maior parte da nobreza, seus tesouros e todo aparato do Estado. Aparentemente, era uma oferta generosa. Na prática, tratava-se de uma chantagem. Se o príncipe regente ficasse do lado de Napoleão, os ingleses não só bombardeariam Lisboa e sequestrariam a frota portuguesa, como muito provavelmente tomariam suas colônias ultramarinas, das quais o país dependia para sobreviver.
GOMES, Laurentino. 1808. São Paulo, Ed. Planeta do Brasil, 2008.
O Bloqueio Continental decretado por Napoleão tinha por objetivo:
a) enfraquecer a Inglaterra economicamente para depois vencê-la militarmente.
b) fortalecer o comércio externo francês colocando fim ao mercantilismo.
c) enfraquecer o comércio externo português para fortalecer a economia francesa.
d) fortalecer as economias Ibéricas tornando estes países aliados da França.
e) implantar o Liberalismo Econômico nos países aliados da França.

6. (UEFS/BA)
Artigo 1 - As Ilhas Britânicas são declaradas em estado de Bloqueio.
Artigo 2 - Todo o comércio e toda a correspondência com as Ilhas Britânicas estão proibidos (...)
Artigo 7 - Nenhuma embarcação vinda diretamente da Inglaterra ou das colônias inglesas (...) será recebida em porto algum.
Artigos do Bloqueio Continental

As determinações contidas no texto influíram na História do Brasil do início do século XIX, expressando-se através:
a) do Tratado da União Ibérica.
b) da transferência da sede do governo colonial da Bahia para o Rio de Janeiro.
c) da Conjuração Mineira de 1789.
d) da transferência da Corte Portuguesa para a Colônia.
e) da Confederação do Equador.

7. A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, seguida da Abertura dos Portos, em 1808, significou:

1. O fim do antigo regime colonial, em razão da transformação do Brasil num reino unido a Portugal e Algarves;
2. A ruptura do Pacto Colonial, com a instauração do regime de livre-comércio no Brasil;
3. O início de um período de mudanças que levariam à emancipação política do Brasil.

Assinale:
a) se apenas a afirmativa 1 está correta.
b) se apenas as afirmativas 1 e 2 estão corretas.
c) se apenas as afirmativas 1 e 3 estão corretas.
d) se apenas as afirmativas 2 e 3 estão corretas.
e) se todas as afirmativas estão corretas.

8. (ENEM) "Eu, o Príncipe Regente, faço saber aos que o presente Alvará virem: que desejando promover e adiantar a riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela as manufaturas e a indústria, sou servido abolir e revogar toda e qualquer proibição que haja a este respeito no Estado do Brasil."
Alvará de liberdade para as indústrias (1º de Abril de 1808). In: Bonavides, P.; Amaral, R. Textos políticos da História do Brasil. Vol. 1. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).

O projeto industrializante de D. João, conforme expresso no alvará, não se concretizou. Que características desse período explicam esse fato?
a) A ocupação de Portugal pelas tropas francesas e o fechamento das manufaturas portuguesas.
b) A dependência portuguesa da Inglaterra e o predomínio industrial inglês sobre suas redes de comércio.
c) A desconfiança da burguesia industrial colonial diante da chegada da família real portuguesa.
d) O confronto entre a França e a Inglaterra e a posição dúbia assumida por Portugal no comércio internacional.
e) O atraso industrial da colônia provocado pela perda de mercados para as indústrias portuguesas.

9. (UNEMAT) Em 2008 a mídia tratou, através de várias matérias, das motivações e das decorrências da chegada da família real portuguesa ao Brasil, pela passagem de seus duzentos anos. Em relação a este importante acontecimento histórico, assinale a alternativa incorreta.
a) A transferência da sede da monarquia portuguesa para o Brasil mudou de modo significativo a fisionomia do Rio de Janeiro, com o incremento de sua vida cultural.
b) Entre outras importantes medidas de caráter econômico, D. João VI revogou os decretos que proibiam a produção de manufaturas no Brasil.
c) Com a abertura dos portos, a França foi beneficiada, pois os seus produtos manufaturados ficaram isentos de taxas de importação.
d) Se a abertura dos portos favoreceu aos exportadores de açúcar e algodão, prejudicou os interesses de comerciantes instalados no Rio de Janeiro.
e) Com a vinda da família real portuguesa, além de artesãos qualificados, deslocaram-se para o Brasil, cientistas e viajantes estrangeiros.

10. O historiador João Pimenta menciona a crise política que resultou na Independência do Brasil em 1822 a partir da instalação da Corte no Rio de Janeiro em 1808.

Essa instalação é indicada como o começo do processo de separação entre Brasil e Portugal, pois:

a) a instalação de instituições culturais no Rio de Janeiro, como a Biblioteca Real e o Teatro São João, promoveu melhor acesso às ideias iluministas que serviram de alicerce para o movimento separatista.
b) a abertura dos portos brasileiros para as nações amigas promoveu maior autonomia para os comerciantes brasileiros,  que não aceitaram, anos depois, o retorno ao pacto colonial com Portugal.
c) a vinda da família real provocou a união dos membros da nobreza lusa com a elite econômica do Rio de Janeiro, facilitando a entrada de membros dessa elite nos quadros administrativos lusos e, consequentemente, a emancipação do Brasil.
d) com a transformação do posto de colônia para Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves foi a principal demonstração de que a Coroa já tinha interesses em se desfazer da onerosa responsabilidade de administrar o Brasil.
e) a vinda da Missão Artística Francesa ao Brasil, em 1816, teve consequências diretas no processo de emancipação do Brasil quando, além da reforma nas artes, também trouxe os ideais iluministas, fundamentais para a independência do Brasil.

11. A abertura dos portos brasileiros prejudicou:
a) os ingleses, pois seus produtos manufaturados passaram a concorrer com os de diversas nações.
b) os colonos brasileiros, pois os produtos importados teriam seus preços elevados.
c) os comerciantes portugueses, pois perderam a exclusividade de comércio e passariam a enfrentar a concorrência de outros países.
d) os empresários brasileiros, pois seus produtos manufaturados perderiam mercado devido à concorrência dos produtos ingleses.

12. Marque V para as frases verdadeiras e F para as falsas:
a) (     ) A abertura dos portos não satisfez plenamente os interesses ingleses e, em 1810, Dom João assinou um novo tratado.
b) (     ) O tratado de 1810 estabelecia o aumento dos impostos sobre as mercadorias importadas de qualquer país, exceto da Inglaterra.
c) (     ) Os ingleses adquiriram também o direito de comercializar dentro da Colônia.
d) (     ) O Brasil tornou-se um dos principais mercados consumidores dos produtos ingleses.
e) (     ) Desde a derrota de Napoleão, em 1815, os portugueses esperavam a volta de Dom João ao reino.

13. Com a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, Portugal mergulhou em uma grave crise. Entre os fatores que contribuíram para essa crise, podemos apontar:
a) (     ) a invasão do país pelos exércitos de Napoleão.
b) (     ) a fuga em massa da população para outros países.
c) (     ) a abertura dos portos brasileiros.
d) (     ) a rebelião das camadas humildes.
e) (     ) a ocupação do país por tropas inglesas.

14. O estabelecimento da Corte portuguesa no Rio de Janeiro trouxe vários benefícios para a cidade, entre eles:
a) (     ) alargamento das principais ruas.
b) (     ) instalação de iluminação a gás.
c) (     ) ampliação do seu porto.
d) (     ) instalação de cabos submarinos.
e) (     ) construção de novos edifícios públicos (Faculdade de Medicina e Engenharia, Banco do Brasil, Real Biblioteca).

15. Coloque em ordem cronológica os acontecimentos do início do século XIX no Brasil.
a) Brasil elevado a Reino Unido. (     )
b) Chegada da Família Real ao Brasil. (     )
c) Dia do Fico. (     )
d) Declaração de independência. (     )
e) Abertura dos portos às Nações Amigas. (     )


GABARITO

1. A

2. B

3. E

4. C

5. A

6. D

7. E

8. B

9. C

10. B

11. C

12. A sequência correta é: V - F - V - V - V

13. Alternativas A, C e E

14. Alternativas A, C e E

15. A sequência correta é: 3 - 1 - 4 - 5 - 2

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